domingo, 16 de setembro de 2012

Academia Samba Puro


Academia Samba Puro


A academia Samba Puro é uma escola muito guerreira, ela já ficou em último lugar no carnaval, mas nunca desistiu. Por isso que toda a comunidade da Maria da Conceição é grata a Samba Puro.     Luyane /61

Patrimônio é a nossa escola Samba Puro que nos honra na avenida. Bryan/61

A Samba Puro traz alegria para as pessoas, diversão. É lá que as pessoas se reúnem para rir chorar e brincar. Tiagner /61

A Samba Puro é a alegria do carnaval da comunidade Morro da Conceição. Sheron Nicole/ 61       



Um  grupo de  carnavalescos  da comunidade,  entre  eles alguns componentes da Academia de Samba  Praiana, resolveu  criar, no Morro da  Conceição, uma  agremiação que  traduzisse  a  cultura tipicamente  popular do  seu reduto, mostrando o verdadeiro samba de raiz e desfiles de Carnaval feito na garra e na coragem.  Assim surgiu,  a 30 de abril  de 1984,  a  Academia Samba Puro.
Por símbolo, foi escolhido o pandeiro, instrumental do “malandro” sambista sobre  a  mão  que  faz vibrar as  platinelas.  Para  cores  da  Escola, foram escolhidas o azul, o amarelo e o branco.

Mestre Papai
A história da  Academia Samba Puro tem  como grande  personagem João Gomes da Silva  Filho, o  Mestre “Papai”, legítimo  comandante do ritmo e dos ritmistas, que encantou a avenida desde a fundação da Escola. Na década de noventa, Mestre “Papai” foi o soberano absoluto da regência, recebendo o 1º prêmio  no  quesito  em  1991  e  em  1994. Sua  bateria  é  especialmente diferente,  com  ritmo  próprio e  balanço  original,  que  lembra  o ritmo  da Academia  de  Samba Praiana  há alguns anos atrás.  Se  Porto  Alegre  tem Samba  de  morro,  ele é, sem dúvida,  o samba regido por João Gomes da
 Silva Filho


Mestre Paraquedas

O mestre Griô, "Eugênio da Silva Alencar, conhecido como Mestre Paraqueda, de 73 anos, é músico, compositor, poeta, desenhista, um contador de histórias. Vivenciou os chamados territórios negros em Porto Alegre: nasceu na região de Alto da Bronze, morou no Areal da Baronesa, no Menino Deus, dentre outras regiões da cidade que concentraram os descendentes de africanos. A ligação com o samba veio através da família, que costumava tocar e cantar em festas, nos finais de semana. Começou a compor por volta dos oito anos, na metade da década de 1940. Seu apelido veio de quando serviu ao Exército como para-quedista. Foi assim que conheceu o Rio de Janeiro e lá conviveu com o cotidiano da Escola de Samba Portela. Participou também dos ranchos da Unidos da Vila Valqueire. Sua relação com o carnaval é muito forte. Compôs mais de 60 temas, sendo que 40 viraram sambas enredos de diferentes escolas de Porto Alegre. Fundou diversas sociedades carnavalescas da cidade como o Comandos do Morro, o Sambão, o Samba Puro, Unidos da Conceição, dentre outras. Como desenhista, construiu diversas alegorias para estas sociedades e escolas de samba. Gravou muitos sambas enredos dos carnavais de Porto Alegre e teve outras músicas gravadas por outros intérpretes. Uma destas, chamada “É morro, é favela, é gueto, é quilombo” foi censurada pela ditadura militar. Sua trajetória é marcada pela resistência das culturas populares, da negritude do pampa, municiada pela música e poesia."*

No dia em que o doutor compreender
Que quem vive lá no morro
Também tem direito a viver
Viver com dignidade, sem opressão, sem maldade
Então tudo vai mudar, vai mudar
Eu vou ser tratado como gente por aí
Vou ter casa comida e um trabalho onde ir
As crianças todo dia irão à escola estudar
E a velhice quer a condição de descansar, olhem bem
Enquanto esse dia não vem
Sou o canto, sou a luta, sou a voz de quem não tem
É morro, é favela, é gueto é quilombo
É samba é quizomba meu povo

                                    
                               É morro, é favela, é gueto é quilombo
         Composição de Eugênio Silva Alencar – Mestre Paraquedas



“Como é que eu faço
pra poder sobreviver?
Dinheiro é pouco,
mal dá pra comer.
Me esforço muito,
trabalho tanto,
Recebo pouco,
que baita sufoco!
Tô com a corda no pescoço.
Chego em casa cansado,
No rádio um papo “furado”
Anunciando novo plano no Brasil.
Sobrou pra mim!
Pra acabar com essa história
Que só explora e enrola
Resta eu sonhar
este sonho cor de anil.
Dormi, sonhei que era um milionário,
Burguesia sem horário
que não sabe o que tem.
Extravasar na Ilha da Fantasia,
Festejando todo o dia,
vendo o dinheiro render.
Quando acordei,
“Nega Véia” me chamando,
A marmita fui pegando
para não perder o trem.
Eu me “flagrei”
que sou o Copperfielf,
Maior mágico do mundo,
operário do Brasil.”


  Samba-enredo do carnaval de 1995, 
de autoria de Ivan Paulo Martins,
  “Maior Mágico do Mundo, o Operário do Brasil”.



“Samba Puro é Zumbi,
é liberdade
É Palmares, é Brasil realidade.
Surge no horizonte uma esperança
Porque aqui a luta ainda continua
Valeu até o sofrimento de Zumbi
O negro é hoje consciência
Da razão de ser
um negro no Brasil.
Resgata das raízes
a cultura do passado
E faz tua bandeira
no caminho do futuro.
Zumbi ainda é força
na semente que plantou.
É linda a negritude
de quem negro sabe ser
No ritmo,
na alma e na sua poesia
É África
presente no nosso dia-a-dia.
Na sua humildade
muito pouco o negro quer
Constar os seus direitos
como um cidadão qualquer.
Hoje, trezentos anos se passaram
Que acabaram
com o Quilombo dos Palmares
Mas não morreu
a luta pela liberdade.
Mais do que nunca
no meu peito está batendo
O grito insatisfeito de Zumbi.”

O samba-enredo de 1994,
 composto por Mestre Paraquedas, intitulado
“Ainda Hoje, Zumbi”




Academia Samba Puro campeã do Carnaval 2013 – “Querer é Poder”






















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